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5 de fevereiro de 2011

Ser



As flores de meu quintal,
não as guardo em gaiolas,
vivem livres, seus conceitos,
textura, cor, aroma, postura,
metódicas, acordam cedo; mal
o sol ameaça surgir, uma bola
de fogo alaranjada, saida do leito;
admirando meu jardim de candura.
As flores de minha casa, vivem expostas,
odeiam vasos, arranjos, funébres coroas,
ficam tácitas, visíveis, nuas, a mostra,
cantanto cântiga, que pelos vales, ecoa.
Em ocasiões festivas vestem trajes de gala,
Aceitam, não sem dor, ornar a sala,
serem vistas e admiradas, por olhares
desconhecidos, tocadas por mãos impuras,
estáticas em luxuosos, quase santos altares,
como se fossem exóticas criaturas.



(Gustavo Drummond)



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