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5 de abril de 2011

Fada




Seu olhar me fascina
deusa latina,
deixe aflorar
seus encantos,
libere, suave
todas magias.
Pacifíco mar
para quem canto,
versos de fantasia.
Canção para
voce acordar.
Este querer não sara,
contagioso, contagiante,
pelo mundo espalha
seu aroma de alcaçuz,
este sabor de saudade,
são seus todos versos
que escrevi nas estrelas,
por amor, insanidade.
Bem te vi,
bem te quero
sempre mais
bem linda
bem-vinda
a minha vida,
tão querida,
fada azul,
vem
te espero
na curva
do por do sol!...

Gustavo Drummond

20 de março de 2011

Visão blue



Hoje eu quero todo azul
do céu e do mar,
misturar
a leve brisa da manhã e
o calor do cheio luar,
invadir madrugadas insones,
revirar sonhos imortais,
desvencilhar preciosidades,
em labirintos atemporais,
transcender, inebriar,
redescobrir enfim,
o brilho do meu olhar!

Agora quero tudo celeste,
o véu, o amar,
coabitar 
o suave rócio emergente e
caliente tropeço, do desejar.
galopar utopias inertes,
reviver manchetes fatais,
espalhar graciosidade
em esquinas orientais,
sublimar, emergir,
abraçar sem fim,
o mistério do meu mar.


Rita Encinas/Gustavo Drummond

Bicho de sete cabeças




Idéias avessas.
hidra hidramática,
conceitos céticos,
dragões lunares,
olhos vermelhos
cospem fogo,
vomitam fagulhas,
azar! Jogam o jogo,
cerzem com águias
pensamentos tortos;
vagueiam sem dono,
bebem tantos tragos
de cicuta...
Ninguém escuta.
espalham pânico,
defloram pântanos,
afloram satânicos
chifres de latex.
Dizem em dialeto,
concâvo, concreto;
Abstrato viver.
beijam amuletos,
se agarram às amuletas,
agarram-se às muretas
pendurados no céu;
Caem no inverno,
estação-inferno.
rasgam os véus,
inventam máscaras,
publicam editais,
bulas papais,
condenam os ácaros,
aguardam milagres,
se armam de punhais,
pescam bagres,
nos lamaçais.
Bicho de sete cabeças,
uma vive,
duas pensam,
três mentem.
O resto por dilema,
rasga as vestes,
padece de peste,
lê meu poema!...

Gustavo Drummond

Última viagem




Daqui a exatos dez minutos
partirá a nave com destino
ao Planeta Cyrius; ora deserto.
Decerto será longo o percurso,
voando a uma velocidade
presumida de dez mil
quilometros por segundo.
A missão é inadiável,
o dever é consistente,
a causa viável,
recolher o lixo espacial,
espalhado por piratas
andróides, embriagados,
em várias luas vizinhas.
Tempestade de meteoros,
chuva ácida, atômica;
descargas ionizadas;
podem provocar atritos,
na tripulação rebelde,
motins podem surgir,
no meio da jornada.
O Comandante Centauro
com mais de cem anos
de experiência, pulso de aço,
destemido e líder gabaritado
acredita no empreendimento,
abomina o fracasso,
desisitir é para fracassados;
espera,breve, regressar,
ao lar, a vida humana,
ao jogo de golfe,
ao fogo da mulher,
um fim de semana,
que seja, reaprendendo
a conviver com mortais.


Gustavo Drummond

8 de março de 2011

Preciosidade




Mulher
ser divinizado
luz do mundo
cores do arco-íris,
perfume floral,
consolo na dor
afeto na carência,
colo que cura,
coração sem dimensão,
sensibilidade apurada,
encanto do encanto,
outro nome do amor,
jardim de magia,
prece fervorosa,
fé inabalável,
força na fragilidade,
fértil, carrega vida
no seu ventre,
amamenta o futuro,
apascenta a terra,
luz no túnel,
estrela maior,
maravilha, coragem,
suave aragem,
imprescindível,
indizível,
analgésico infalível,
bem indispensável,
impossível
existir
sem
sua
presença!


Gustavo Drummond

27 de fevereiro de 2011

Por ti



Por ti.

Saltaria de trapézio no escuro,
beijaria a boca da noite atual,
escalaria o Everest de sandalias,
venceria todos os enduros,
usaria roupa de cristal,
faria vinte sonetos de amor,
não faria uma canção desesperada,
me alimentaria só de isopor,
faria de beijos, uma sonata.

Por ti
ando na linha do Equador,
de água de coco construo um lago,
arranco os dentes das facas,
faço tudo que não pode supor,
me faço o mais sábio dos magos,
pratico surfe com maca.

Por ti
Irei pulando ao último andar,
anteciparei o incerto futuro,
mudarei a posição de seu mar,
mudarei o verde fruto, maduro,
farei chover cem anos, no deserto,
pintarei a Casa Branca de lilás,
trarei voce para bem perto,
criarei uma ilha de paz.

Por ti
faço
desfaço
invento
crio
aumento
fio
e tudo
mais.


Gustavo Drummond

Apologia a mulher




Ser divinizado, essencial,
um toque de suavidade,
amiga, companheira,
amante, ente ideal,
brilhante claridade,
pacífica guerreira,
operária, mestra,
executiva, inteligência
e sensibilidade aguçadas,
para tudo se presta,
doce, amena, brisa,
supre toda carência,
surge na hora esperada,
presente mais presente,
coração sem dimensão,
lhe dou um canto bom,
mais fervorosa oração.
Chuva no árido,
consolo constante,
apascenta a terra,
adoça o ácido,
meigo semblante,
tantas virtudes, dons,
criação fértil, linda,
brado em mais alto som,
graça que não finda;
jeito de ser MULHER!

Gustavo Drummond

Somos, seremos




Elos de mesma corrente,
cordas de mesma guitarra,
roupagem
 diferente,
colibri e cigarra.
Água de idêntica chuva,
versos de mesmo poema,
mãos com justas luvas,
filme noir, novo cinema,
único grito enclausurado
em nossa garganta.
Sol enluarado,
semana santa,
corpos e alcova,
gosto que se prova
e vicia totalmente.
umidade relativa
do mar, ondas bravias,
dança intermitente,
sensação hiperativa,
maliciosa companhia,
pecado e pecador,
somos, seremos
outro nome do amor!

Gustavo Drummond

Vinda




Habilite-se sem protocolo,
habite-me como lhe convier,
frequente-me demasiadamente,
sem constrangimento ou dolo,
mesmo quando eu não quiser,
vasculhe-me meticulosamente,
impregne-me com aroma de maçã,
envolva-me com seus abraços-imã,
nem importa se tresloucada ou sã,
com as fórmulas e bençãos de xamã.
com a cruz ou a espada vã
procure em mim o seu amor.
Me venha como lhe aprouver
exale-me pelos seus poros
respire-me como seu ar sagrado
me toque ruidosamente
ou de mansinho
como prazer lhe der.
Esconda em mim suas vontades
lambuze-me com seu querer
com suas rezas fortes
ou com singela prece
me tenha como se merece
me ame como não se esquece
sem pudor e sem acanhamento
me seja doce luz ou trevas e tormento
pois o que importa em nós
é tranformar a vida
num único momento!

Nice Canini/Gustavo Drummond

A atriz




Veja ...

como ela é bela, suave,
rompe o espaço
como doce ave,
não cai por um triz,
cheira de graça;
o rosto da atriz...

Veja ...
será que mora no arranha-céu?
as paredes do quarto são feitas
de delírios contentes?
será que ela pensa em mim?
criação perfeita
o corpo da atriz...

Veja ...
como sorrir, fosse fácil,
amar fosse só prazer,
encanto tão natural,
beijos fossem colibris,
são indizíveis 
os desejos da atriz...

Olhe ...
parece que é para sempre,
anatomia de deusa grega,
encanto de estrela primeira,
elegância de rosa vermelha
eu só queria estar
na vida da atriz...

Gustavo Drummond

20 de fevereiro de 2011

É proibido/permitido

Determinantemente,
é proibido:

Me fazer infeliz,
invadir meu quintal,
trancar minha aldeia,
sedar meus cachorros,
vedar minhas veias,
podar meu jardim,
murar meu quintal,
amordaçar meu olhar,
vendar minha boca louca,
interromper meus sonhos,
abrir as garrafas vazias,
entender minhas agonias,
dormir em minha cama,
apagar minha chama,
É totalmente probido!


Gustavo Drummond




Completamente 

é permitido:

pular meu muro,
invadir meu escuro,
soltar minhas bruxas,
morar em minha vida,
sentir-me querida,
clarear meu olhar,
destravar unhas e dentes,
escandalizar minhas flores,
por mim, morrer de amores,
consumir minhas drogas,
tomar todo meu vinho,
colocar-se em meu caminho,
deitar em minha rede,
matar a minha sede,
É completamente permitido!

Rita Encinas

Meu poema




Despojado de pretensão, versos apenas
Fecundados em minha mente alternativa,
Discorrendo sobre aspectos banais, cenas
Dizendo de flores canoras, aves radioativas.

Deslumbrando diante a presença do amor,
Desfia odes, loas, mesuras de toda sorte,
Atinge cumes bem altos que se pode supor,
Canto de alegria, vida, na guerra, um corte.

Sua sina é dizer da beleza natural espalhada.
Dos vôos noturnos, cachos, cactos, cachoeiras 
Trancar na bainha, a destruidora e cruel espada

A meu poema basta sentar no precípicio, na beira
Vislumbrar a ciranda do mundo, absurdo animado
Sem ponderar, nada impor, admirar o viver cansado.


Gustavo Drummond

Aprendendo a amar



Não há escola, faculdade,
só meu modo e jeito
transformados em atos
concretos. Sinceridade,
carinho, afago, respeito, 
amor demasiado, de fato.
Envolver o ser amado,
com apreço e ternura,
embrulhá-lo pra presente,
envolvê-lo bem ousado,
cuidar com doçura,
cativar intermitente.

Aprendo com pássaros de fogo,
crianças absortas em seu brincar,
no livro da vida, na mesa de jogo
da mente, na biblioteca do coração,
com os mistérios e histórias do mar,
envoltas do toques de razão.
criatividade do artista,
ousadia dos templários,
em nenhuma revista,
em nenhum dicionário.
amar se aprende amando,
renovando, consolidando
as raízes do bem-querer,
sorvete de beijo, abraços
sufocantes, carícias cruéis,
bala delícia, sonho de valsa,
serenata do amor, passos
de dança, suaves laços,
versos de menestréis.

Gustavo Drummond

12 de fevereiro de 2011

Ainda é cedo




Tempo marcado,
ponteiros incertos,
minutos contados,
segundos marcantes.
Areia colorida escoa,
cada grão, uma vertigem,
cronômetro dispara
e nada se compara
àquele momento
em que o ocaso
chegou junto com a lua
e nos disse:
"Ainda é cedo"!

Tempo ilimitado
relógio andarilho,
galopa apressado,
segue trilhos.
Astros em movimento,
cada passo, uma esperança,
lucidez desperta,
em tudo há o alerta,
aquele tormento,
em que o acaso
em coro com o céu
nos avisa:
"A vida não para"!


Rita Encinas/Gustavo Drummond

8 de fevereiro de 2011

Recomeçar




Romper as algemas,
desenferrujar as asas,
liberdade como tema,
amor vem e passa,
lava a alma a seco;
Um dia chego de repente,
sem bagagem,
com coragem,
venho inteiro, latente,
com vontade de ficar
na sua vida, até quando
a minha vida deixar,
pelo seus olhos olhando,
meu sorriso em seus lábios.
acho que estamos aptos,
hábeis, ávidos, sábios,
para tecer uma estrada,
louvarmos a lua plena,
que não seja nada,
sempre vale a pena,
um outro começo,
entre tropeços,
chegar em qualquer lugar.

(Gustavo Drummond)

Sei quem você é




Não te conheço
por digitais,
documentos,
informações;
mas pelo apreço.
toques labiais,
doçura de sentimento,
colocações.

Sei que é você,
quando a brisa
muda de rumo,
a chama me atiça,
maleável prumo,
sorriso contagiante,
silêncio que diz tanto,
leveza do semblante,
sinceridade do pranto.

Te reconheço a milhas,
mesmo disfarçada
loba na matilha,
lua menstruada,
rosa grávida,
semente ávida,
sem preço;
Eu te conheço...

(Gustavo Drummond)